Maria Cristina Lopes Quando a mente está leve a dança flui Psicologia da dança

Quantas vezes nos inspiramos por histórias de superação?


Justamente por isso, porque tivemos acesso à – pelo menos um pouco da – história que produziu aquele resultado (e isso inclui os fracassos e os tropeços no meio do caminho). Inspirar-se é ter um modelo de comportamento que orienta e motiva os novos passos que desejamos dar, respeitando e valorizando também tudo aquilo que já temos e somos. Enquanto a inspiração nos estimula e nos faz dar um passo de cada vez em relação a uma meta, a comparação tende a ser injusta e levar à desmotivação e autodepreciação, já que o produto que é visualizado parece por si só “inalcançável”.

O que a inspiração ensina é que qualquer destino precisa de passos para ser alcançado, ou seja, não há como chegar ao décimo degrau da escada, sem passar pelo 1º, 2º, 3º e assim por diante... Parece óbvio, mas quantas vezes nos esquecemos disso e nos cobramos algo irracional e desproporcional? Esquecemos que é necessário tempo, treino, etapas e orientação para chegarmos ao destino que almejamos. Vemos o destino, nos encantamos por ele, e ignoramos a estrada. Assistimos aquela apresentação no palco de uma bailarina que admiramos, e não nos damos conta dos anos de suor e dedicação em sala de aula que a conduziram até lá.

Diante disso, a dica é: inspire-se! Procure saber a história por trás daquela bailarina de sucesso e, assim, oriente o seu próprio caminho em passos para chegar aonde deseja. Tenha metas pertinentes, paciência e determinação. Vislumbre aonde quer chegar, mas tenha respeito pelo lugar onde está e aprecie esse lugar. Ele é fundamental para que você possa dar o seu próximo passo. Por fim: Não compare o seu início com o meio de ninguém! Até mesmo aquela bailarina considerada “perfeita” está no meio do caminho dela, pois a dança é uma jornada sem final em busca do autoconhecimento e autorrealização, com infinitas possibilidades, ensinamentos e destinos, assim como a vida. Aproveite a viagem!


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Giovanna Xavier. Psicóloga Mestre, bailarina e professora de dança do ventre. giovannaxavierpsicologa@hotmail.com \ +55 67 981765572

Dançar, além de proporcionar bem-estar e qualidade de vida aos seus praticantes, também desperta a busca por algo a mais a cada dia: um novo passo, um novo aprendizado, uma nova descoberta. Isso é muito positivo, pois através da dança, pessoas conhecem seu próprio potencial e mantêm-se em constante movimento (e não é disso mesmo que a dança se trata?). Contudo, a busca pelo crescimento precisa ser, sobretudo, saudável e justa.

Ao se vislumbrarem os destinos aonde a dança pode levar, não é incomum se observar a ânsia de praticantes da dança por aprender “tudo” logo, dançar como aquela bailarina do vídeo, como a professora, executar movimentos de forma “perfeita”. Você alguma vez já olhou para a bailarina do vídeo, para sua professora ou mesmo para um colega e pensou (até verbalizou): “Quando eu vou conseguir dançar dessa forma?”, ou ainda, “Eu nunca vou conseguir fazer isso”?! Pois então, a maioria dos dançarinos já esteve nessa posição em alguns momentos. E, na maioria das vezes, esses tipos de pensamentos ou falas expressam verdadeiras barreiras para o seu desenvolvimento na dança, indicando um padrão comparativo de comportamento.

Há uma diferença grande (e decisiva) entre comparar-se e inspirar-se. Geralmente, quando nos comparamos, tomamos histórias distintas, pessoas diferentes, e julgamos a partir de uma mesma medida, das mesmas exigências. Temos a tendência a comparar o produto. O que está sendo visto concretamente ali no momento (é melhor, é pior, é mais bonito, é mais interessante). E, na maioria das vezes, desprezamos a história por trás daquilo que estamos vendo e comparando. Já, quando verdadeiramente nos inspiramos, observamos e refletimos sobre os passos que levaram alguém a chegar a algum lugar.


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Comparação X Inspiração