Sessenta anos ou mais: o que a dança pode oferecer à melhor idade?

Os benefícios que o ballet traz são inúmeros! Fisicamente falando, a prática proporciona melhora no condicionamento físico, equilíbrio, coordenação motora; melhora a postura, força muscular, mobilidade funcional, velocidade, consciência corporal. Estudos comprovam os benefícios da dança no tratamento de algumas doenças como a depressão, câncer, esquizofrenia, hipertensão, também em casos de Mal de Parkinson, Alzheimer e demência, bem como na prevenção de doenças.


Sob o aspecto psicológico, os resultados também são valiosos! Atua na memória, nas funções executivas, na psicomotricidade; melhora o humor, o rendimento cognitivo, auxilia no processo de socialização. Quando falei das faixas etárias, coloquei sobre os conflitos psicológicos e a importância em resolvê-los, dessa forma, devemos oferecer aos nossos alunos adultos a possibilidade deles fortalecerem o seu “eu” e a dança é um dos meios para que eles “se expressem”, para que “produzam” coisas incríveis, mais do que eles imaginem conseguir dançar.

O ballet adulto também está rompendo as barreiras do preconceito ao cair no gosto dos homens, que ainda são poucos, mas encontram muitas vantagens dançando. Outros dois pontos ligados a este tema e que vale a pena refletir com vocês é sobre a questão do “ballet adulto ter se tornado moda nas escolas” e eu discordo, pois esta aula existe há muito tempo e acredito que agora ela está recebendo a devida atenção, por isso apoio que todas as escolas ofereçam e incentivem sua prática. Sobre qual o melhor método de ballet, digo que é aquele que é praticado por profissionais formados e preparados, com segurança, cuidado e com o foco no adulto, pensando em tudo que falamos acima.


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A dança e seus efeitos sobre a depressão

Cintia Diniz - Psicóloga, Pesquisadora, Professora Registrada pela Royal Academy of Dance, Member of the International Dance Council e Consultora de escolas de ballet atuando em todo o Brasil. fb.com/decorpoementecomadanca / @diniz.cintia / cintiadiniz@hotmail.com / +55 11 9.7685-4398 (WhatsApp)

Os benefícios do ballet adulto

Mulheres adultas dançando em aula de ballet
A dança como terapia para sintomas de depressão
Maria Cristina Lopes Quando a mente está leve a dança flui Psicologia da dança

Algum tempo atrás eu postei nas redes sociais uma foto de uma aula de ballet adulto com os seguintes dizeres: “Você se acha velha demais para fazer aulas de ballet? Pois, saiba que a dança traz inúmeros benefícios para o corpo e a mente independente da idade!” E muita gente comentou esta foto concordando, alguns dizendo que já fazem e o quanto isso foi bom para suas vidas e outros dizendo que querem, mas ainda com alguns receios e dúvidas. Então, eu resolvi abordar este assunto para auxiliar a esclarecer estas dúvidas, tanto para quem deseja iniciar quanto para que professores e diretores tenham mais base para esclarecer seus alunos.

Primeiramente, vamos contextualizar, quando falamos de “aulas de ballet adulto”, estou me referindo a uma faixa de idade de 40 a 60anos. Estou delimitando uma faixa para facilitar o entendimento sobre as características destes alunos, pois cada faixa etária possui conflitos psicológicos característicos e para favorecer o desenvolvimento saudável é importante estimular a resolução destes conflitos, por isso precisamos conhecê-los. Claro que esta divisão de idades não está estagnada e podemos identificar estes conflitos em outras fases, mais ou menos avançadas.


Entre 20 e 40 anos, falamos do “adulto jovem”, que já passou pela formação do seu “eu” e começa a se mobilizar para a construção de relacionamentos estáveis e profundos, com maior relação afetiva. Já a partir dos 40 anos, a chamada meia-idade, o indivíduo está mais fortalecido e voltado para a “produção”, “se expressar”. Geralmente a classe de ballet adulto é composta de alunos destas duas faixas etárias, mas a questão é que não se trata de alunos que já possuem formação em dança, falamos de adultos que ou possuem uma experiência antiga, ou muito pequena, ou ainda nenhuma experiência com a dança.


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