Se engana quem pensa, porém, que é necessário ter um profissional ou uma equipe 100% alocada na escola, estúdio ou companhia para lidar com essas questões. Consultorias, workshops e palestras, ou mesmo a consulta clínica para bailarinos, são exemplos de serviços financeiramente mais acessíveis e que podem contribuir de maneira bastante eficaz para lidar com as demandas por um psicólogo da dança, que é o título informal que psicólogos da área ao redor do mundo adotaram.
Abaixo, é possível conhecer algumas das situações mais comuns em que o trabalho do psicólogo da dança se faz necessário e como esse profissional pode contribuir para que os ambientes de dança se tornem mais saudáveis e frutíferos.
A psicologia da dança é uma área de conhecimento que, se comparada à própria dança, pode ser considerada recente: os primeiros registros de estudos com essa temática datam aproximadamente da década de 1960, com um foco bastante voltado à saúde.
No entanto, a complexidade dos ambientes de dança se tornou cada vez mais profunda ao longo de sua evolução, dando origem a uma infinidade de questões com que os dançarinos devem lidar em sua jornada de desenvolvimento.
Em outras palavras, o trabalho do psicólogo da dança se faz necessário porque as demandas por esse profissional já existem nos ambientes de dança. Problemas de aprendizagem, conflitos interpessoais, dificuldades na avaliação de aspectos socioemocionais, transtornos e ansiedade, dificuldades no relacionamento com alunos e responsáveis e desistências são apenas alguns exemplos.
Hoje, em muitos espaços, essas necessidades ainda não estão sendo endereçadas ao profissional adequado, e por conta disso, também não estão sendo devidamente tratadas em muitos espaços de dança, dando origem a ambientes que podem confundir, prejudicar e até adoecer o dançarino. Ao tentar lidar com estas demandas sem o auxílio do psicólogo, a escola não encontra soluções adequadas e os problemas permanecem ou se agravam.
Transtornos mentais
Embora a dança seja comumente relacionada ao bem estar psicológico, depressão, ansiedade e transtornos alimentares são também comuns nesse contexto, que pode se mostrar bastante exigente para o indivíduo, sobretudo em ambientes mais competitivos como em companhias e ou grupos jovens. Se não tratados, esses transtornos podem gerar intenso sofrimento nos dançarinos e até levá-los à desistência da dança. O psicólogo pode tanto ajudar o bailarino individualmente na clínica, como também contribuir para a prevenção ou mitigação dos efeitos negativos dos transtornos mentais para os bailarinos, orientando sobre boas práticas no ambiente da dança.
Problemas de ensino e aprendizagem
Alunos podem ter diferentes idades, personalidades e características de aprendizado, e os profissionais responsáveis pelo ensino precisam conhecer e desenvolver diferentes técnicas para serem efetivos em seu propósito. O psicólogo é capacitado para avaliar a aprendizagem e aspectos que possam interferir nesta questão. Observando a aula, ele pode orientar professores, alunos e responsáveis para que o processo de ensino-aprendizagem seja mais eficaz.
Medo do palco
O frio na barriga atrás das coxias é provavelmente a sensação mais desafiadora com que dançarinos amadores ou profissionais precisam lidar para exercer a sua arte ou competir em alto nível. Infelizmente, por ser algo delicado e difícil, também é um motivo comum de desistência, porque o bailarino não se vê capaz de superar esta "trava" emocional. O psicólogo pode atuar tanto na clínica, individualmente, como na instituição com workshops, palestras, dinâmicas e orientações em grupo, que podem ser de grande valor para a performance dos dançarinos.
Problemas e conflitos nas relações institucionais
Todos os relacionamentos em uma escola ou companhia de dança podem ser desafiadores. Cada indivíduo tem suas expectativas naquele espaço e, muitas vezes, o diretor ou proprietário encontra dificuldades em resolver questões sem gerar atritos ou desgastar as relações. Por isso, o psicólogo pode ser buscado para ajudar a instituição a lidar com aspectos como bullying, dar treinamento a professores ou mesmo orientações aos pais e responsáveis pelos alunos. Isso permite que os conflitos sejam mediados e o processo de aprendizagem permaneça sendo o foco da instituição.
Orientação de professores
Professores podem ser excelentes em técnica e mesmo no ensino da técnica, mas também podem encontrar dificuldades ao lidar com alunos por uma série de razões: eles podem não saber identificar problemas particulares, necessidades específicas, conflitos interpessoais, entre outros tantas questões ligadas aos alunos, ao grupo como um todo ou até a eles mesmos. Por isso, a orientação do psicólogo em aspectos sociais e emocionais é importante e necessária.
Fortalecimento emocional dos alunos e bailarinos
Mesmo quando não há nenhuma questão psicológica a ser tratada, é sempre possível fortalecer as emoções para lidar com futuros desafios da dança. Seres humanos são complexos e precisam ser ouvidos, motivados e aperfeiçoados para garantir que estejam saudáveis e possam atingir o melhor de seu potencial. Assim, com workshops, orientações e dinâmicas, o psicólogo da dança pode trabalhar diretamente com os alunos e bailarinos para fortalecê-los e desenvolver a resiliência nos espaços de dança.
COMO FAZER REFERÊNCIA A ESTE ARTIGO:
Lopes, M. C. (2023, março 02). O trabalho do psicólogo da dança: em quais situações ele se faz necessário?. [Blog]. Recuperado de: https://www.mariacristinalopes.com
"A psicologia pode ajudar o universo da dança promovendo bem-estar, melhora de rendimento e de aprendizagem e muito mais!" Maria Cristina Lopes.
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